Em tempos de pandemia
podemos refletir na seguinte ideia...
Herança Darwinista?
Durante o século XIX,
a igreja ainda sobrepunha os conhecimentos da sociedade e eis que surgiu um
homem devoto a Deus e que naquele instante quebraria um paradigma
importantíssimo da história. Charles Darwin foi o naturalista britânico que a
bordo do Beagle (navio enviado pela coroa destinado a mapear o hemisfério sul)
durante quatro anos e nove meses de viagem colocaria posteriormente em xeque a
supremacia da Igreja e o criacionismo como única teoria viável possível da
formação do universo. É bem verdade, o século XIX foi a ruptura de um mundo
sedento por mudanças drásticas. Foi o século divisor de águas para que a
humanidade abandonasse de vez as trevas para entrar na modernidade, o que foi
designado o“Século das Luzes.”
A ciência e a
filosofia tomam conta do cenário junto ao ápice de uma Revolução Industrial a
todo vapor, literalmente! Darwin em seus experimentos e abordagens vividas a
bordo do Beagle levaram no, a compilar os dados coletados na publicação de um
livro, lançando em 1859 “A Origem das Espécies.” Livro este que explica a
teoria da evolução, que para época um escândalo cultural e para crença vigente.
Sendo assim, Darwin foi considerado como “O Homem que matou Deus!”
Interessante frisar
que Darwin nunca abdicou de suas crenças, como naturalista e cientista nato
simplesmente levou a fundo os seus estudos.
Com Darwin aprendemos
que as características adquiridas são herdadas por um processo que ele ainda
desconhecia. Era ciente que os mais aptos sobreviveriam passando os seus dotes
para as futuras gerações. Os mais fracos padeceriam diante um mecanismo
evolutivo chamado de Seleção Natural. Na visão de Darwin, a natureza era
hostil. Só os fortes sobreviveriam em detrimento aos mais fracos numa
competição sem precedente. Darwin analisava a espécie como indivíduo, que de
certa forma, aliada a ascensão da Revolução Industrial moldou a personificação
de um homem competitivo e individualista para os anos e décadas posteriores.
Tal fato, deflagrou o sistema capitalista insustentável e potencializou um ser
humano egoísta e ganancioso.
Vale ressaltar uma
semelhança com a teoria Marxista da problemática, no entanto, a ideia de
indivíduo aqui neste texto retratada exclui a visão política/econômica
ideológica, pois remete a espécie humana como um ser biológico e sua conduta
moral.
Darwin não previu e
nunca imaginaria, considerando a sua importância e legítimo legado para a
história da ciência moderna que o homem do século XX e XXI transformasse o
planeta Terra num caos. O nosso sistema se tornou a própria selva, onde a
seleção natural proverá para aqueles que estiverem mais aptos a competir. As
escolas preparam as crianças para serem competidoras e não pessoas. Desde muito
cedo nos foi imposto para a individuação (“EU”) em detrimento ao coletivo.
A vida nas cidades
tornou-se o ambiente hostil da selva onde só os fortes se destacam, produzindo
finalmente uma imensa massa desempregada, desabrigada e desamparada.
Nós seres humanos, assim como todos os seres vivos, somos compostos por células. Estas se
compartilham para definir um organismo, assim se fez a diferenciação de um ser
unicelular para pluricelular. Num ambiente totalmente turbulento de formação da
Terra, da vida, a união fez a força, as células se juntaram! Temos e devemos
ter a predisposição para o coletivo ao analisarmos por agora o ambiente externo
(turbulento), o quanto o planeta necessita da nossa força coletiva. A
individuação em tempos de pandemia cai em desuso, temos a escolha de exercermos
a caridade.
Tempos difíceis nos
dão a oportunidade de olharmos para dentro para enxergarmos a centelha divina
que nos foi colocada pelo TODO para sermos DIVINOS! Pois, o universo é amor! Se
Darwin matou mesmo Deus ainda prefiro ficar com esta frase: “Amai ao próximo
como a ti mesmo!”
Palavras de um
biólogo.