quinta-feira, 20 de maio de 2021

Em tempos de pandemia podemos refletir na seguinte ideia...

Herança Darwinista?

Durante o século XIX, a igreja ainda sobrepunha os conhecimentos da sociedade e eis que surgiu um homem devoto a Deus e que naquele instante quebraria um paradigma importantíssimo da história. Charles Darwin foi o naturalista britânico que a bordo do Beagle (navio enviado pela coroa destinado a mapear o hemisfério sul) durante quatro anos e nove meses de viagem colocaria posteriormente em xeque a supremacia da Igreja e o criacionismo como única teoria viável possível da formação do universo. É bem verdade, o século XIX foi a ruptura de um mundo sedento por mudanças drásticas. Foi o século divisor de águas para que a humanidade abandonasse de vez as trevas para entrar na modernidade, o que foi designado o“Século das Luzes.”

A ciência e a filosofia tomam conta do cenário junto ao ápice de uma Revolução Industrial a todo vapor, literalmente! Darwin em seus experimentos e abordagens vividas a bordo do Beagle levaram no, a compilar os dados coletados na publicação de um livro, lançando em 1859 “A Origem das Espécies.” Livro este que explica a teoria da evolução, que para época um escândalo cultural e para crença vigente. Sendo assim, Darwin foi considerado como “O Homem que matou Deus!”

Interessante frisar que Darwin nunca abdicou de suas crenças, como naturalista e cientista nato simplesmente levou a fundo os seus estudos.

Com Darwin aprendemos que as características adquiridas são herdadas por um processo que ele ainda desconhecia. Era ciente que os mais aptos sobreviveriam passando os seus dotes para as futuras gerações. Os mais fracos padeceriam diante um mecanismo evolutivo chamado de Seleção Natural. Na visão de Darwin, a natureza era hostil. Só os fortes sobreviveriam em detrimento aos mais fracos numa competição sem precedente. Darwin analisava a espécie como indivíduo, que de certa forma, aliada a ascensão da Revolução Industrial moldou a personificação de um homem competitivo e individualista para os anos e décadas posteriores. Tal fato, deflagrou o sistema capitalista insustentável e potencializou um ser humano egoísta e ganancioso.

Vale ressaltar uma semelhança com a teoria Marxista da problemática, no entanto, a ideia de indivíduo aqui neste texto retratada exclui a visão política/econômica ideológica, pois remete a espécie humana como um ser biológico e sua conduta moral.

Darwin não previu e nunca imaginaria, considerando a sua importância e legítimo legado para a história da ciência moderna que o homem do século XX e XXI transformasse o planeta Terra num caos. O nosso sistema se tornou a própria selva, onde a seleção natural proverá para aqueles que estiverem mais aptos a competir. As escolas preparam as crianças para serem competidoras e não pessoas. Desde muito cedo nos foi imposto para a individuação (“EU”) em detrimento ao coletivo.

A vida nas cidades tornou-se o ambiente hostil da selva onde só os fortes se destacam, produzindo finalmente uma imensa massa desempregada, desabrigada e desamparada.

Nós seres humanos, assim como todos os seres vivos, somos compostos por células. Estas se compartilham para definir um organismo, assim se fez a diferenciação de um ser unicelular para pluricelular. Num ambiente totalmente turbulento de formação da Terra, da vida, a união fez a força, as células se juntaram! Temos e devemos ter a predisposição para o coletivo ao analisarmos por agora o ambiente externo (turbulento), o quanto o planeta necessita da nossa força coletiva. A individuação em tempos de pandemia cai em desuso, temos a escolha de exercermos a caridade.

Tempos difíceis nos dão a oportunidade de olharmos para dentro para enxergarmos a centelha divina que nos foi colocada pelo TODO para sermos DIVINOS! Pois, o universo é amor! Se Darwin matou mesmo Deus ainda prefiro ficar com esta frase: “Amai ao próximo como a ti mesmo!”

Palavras de um biólogo.

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